sábado, 7 de dezembro de 2013

ILUMINAÇÃO DO ADVENTO – Parte III - Maria a mãe.

 Por Tea Frigerio

Maria, a mãe nos recorda que sem gravidez não ha nascimento! Advento, Natal tempos litúrgicos à sombra de gravidez, de nascimentos.
Os evangelhos da infância de Mateus e Lucas são paginas de mulheres e crianças. É a grande novidade: nas pequenas coisas, nos pequenos há o mistério da Boa Noticia.
Mulher e criança são o cotidiano, nos relembram uma realidade ausente da economia, da política, da religião: cueiros pra lavar, papas para preparar, joelhos machucados... a cotidianidade monótona, mas é ai que é presente o mistério que nos faz borbulhar de alegria (Lc 1,39-56).
Entrar na casa, saudar, abraçar. Duas mulheres se encontram: uma anciã outra jovem. A mesma experiência: esperam um filho em situação incomum. A anciã talvez precise de ajuda na casa a causa de sua gravidez de risco. A jovem de ser acolhida, de conselhos, pois espera um filho e não é casada, teve que sair às pressas de sua aldeia. O encontro não precisa de palavras para expressar, as duvidas, temores, angústia, medo, espera, esperança. A anciã acolhe, a jovem serve. Na casa o cotidiano da vida, o inesperado da vida. É na cotidianidade da vida, que acontece o novo.
Bendita mãe, bendito filho. Bendizer, bem-dizer, dizer-o-bem. Advento, se colocar a caminho para bem-dizer para as pessoas, para sociedade, para o universo.
Maria è bendita porque carrega o fruto bendito: dirá e fará o bem em sua vida. Dizer-o-bem da vida é dar à vida um sentido novo, novo rumo.  Às vezes dizemos que vivemos um tempo maldito, in um mundo maldito. Mal-dizer é dizer e fazer o mal. Uma vida que somente tem a dizer o mal, perdeu o sentido, o rumo, a direção… Maria carrega o fruto bendito porque Jesus reorienta a vida, lhes dá um novo sentido, uma nova direção.
Bendita, , bendito: a boa noticia é presente na mulher, na criança. A mulher oferece seu ventre para engravidar a vida, o cumprimento das promessas, a novidade de vida.
Bendita a casa que se faz ventre e engravida a novidade da vida. Bendita aquela que acreditou! Benditas, benditos aqueles e aquelas que acreditam que o impossível é possível!
Maria è bem-aventurada porque acreditou. Crer é diferente de ter fé. Fé fala de ideias, doutrinas, dogmas. Crer é um verbo é um agir. Crer que as mudanças estão acontecendo no cotidiano, na escolha dos estilos de vida que podem transformar esta vida maldita em via bendita.
Frente à realidade nos sentimos imponente. Sentimo-nos pequenas, inúteis, assim como Maria e Isabel deviam se sentir. Acreditaram que, delas mulheres a quem a sociedade não dava valor, em seus filhos ainda para nascer que as promessas do Senhor teriam se cumprido. Tiveram olhos para reconhecer na banalidade e monotonia cotidiana, em sua situação inusitada, nos seus pequenos gestos de mulheres a presença do Senhor que transformava sua vida, a vida do seu povo, a historia.

Na companhia destas três personagens (profeta Isaías, precursor João Batista, Maria a mãe), vamos viver o tempo de advento, mas vamos vive-lo também através de um sinal a Coroa do Advento, tradição nascida no norte da Europa e que hoje se difundiu em outras partes do mundo. Ela é formada por um circulo de galhos do pinheiro, decorado com fitas vermelhas e símbolos natalinos onde estão inseridas quatro velas.


Cada símbolo nos fala:

O circulo fala da circularidade da vida, do universo, da história, das relações na comunidade.
O verde recorda o renovar-se constante da vida
As fitas vermelhas o amor e a disponibilidade a recriar as relações humanas
As velas, a luz, Jesus luz que ilumina a realidade humana.

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