Por Tea Frigerio
O precursor
João Batista. Ainda antes de nascer, João Batista, que o seu estilo de vida o haveria
de denunciar como alguém que vai contra maré.
Ao tempo de
Herodes, nas montanhas da Judéia, de casa em casa começou a correr uma noticia:
Isabel, a esposa do sacerdote Zacarias, tida como estéril, está grávida de um
filho (Lc 1,23-25). A coisa mais esquisita e que se dizia que Zacarias tinha
voltado mudo de Jerusalém, depois de ter prestado seu serviço no templo (Lc
1,21). Passava de boca em boca que a causa disso foi sua incredulidade: não
tinha acreditado numa anja! (Lc 1,20).
Quando a criança
nasceu, no dia de sua circuncisão, dia em que se dava o nome à criança, Isabel,
a mãe rompeu todas as regras: ela mulher deu o nome ao filho e o chamou de João,
um nome que não pertencia à tradição da família. Os parentes e os vizinhos
ficaram escandalizados e se dirigiram a Zacarias, certos que teria desmentido a
mulher mando-a calar a boca, embora fosse mudo! Mas surpresa das surpresas,
Zacarias acatou a decisão de Isabel, escreveu numa tabuinha: o seu nome é João.
Ai foi a maior surpresa começou a falar e que fala: um cântico!
Que nomes nesta família:
Zacarias – Deus se recorda, Isabel Deus jurou, João Dom
de Deus. Certamente a mãe no nome do filho, quis escrever a sua história e na
sua história a história do seu povo: quando Deus jura, se recorda e doa o que ele
promete. O povo começou a se perguntar “O que será mais esta criança?” (Lc 1,65-66). A
esta pergunta respondeu o pai que desde que recuperara a palavra bendizia e
louvava a Deus seguidamente (Lc 1,67-79). E, no meio da louvação a Deus
respondia à pergunta: “E tu, menino serás chamado profeta do’ Altíssimo!”
(Lc
1,76).
Mas o que
significa ser profeta do Altíssimo? Profeta e profetiza são pessoas capazes de
ver de enxergar longe, interpretar os acontecimentos em relação à vontade de
Deus. Conseguem enxergar os encontros na história: o encontro do clamor do povo
que suplica e clama, luta sob o peso da opressão e a Palavra de Deus que
liberta e salva. Recordam aos pobres que Deus é fiel à sua vocação, não
esquece, è presença e resposta a quem clama e pede justiça, paz e alegria.
Isabel e Zacarias
com seu filho João, são família profética que nos recordam que Deus não esquece
seus juramentos, nos visita e nos oferece a salvação. Nas suas palavras
encontramos a voz dos pobres que denunciam a opressão que subtrai a vida e
rouba a esperança. Mas, encontramos também o anuncio que o nosso Deus è um Deus
de útero de misericórdia que acolhe, renova, vem ao encontro dos pobres que
suplicam. João soube ser fiel à sua vocação profética, nascida da profecia de
Isabel e Zacarias. Como Isaías havia dito, vem preparar o caminho. João novo
Elias reúne ao seu redor aqueles que invocam a vinda do Messias. Movimento
popular que abre os corações à esperança e por isso será presente no inicio da
vida publica de Jesus como foi presente na sua origem. Fiel á sua vocação
profética, denuncia abertamente os poderosos do seu tempo. Fidelidade que o
conduzirá a viver o destino dos profetas e das profetizas, a perseguição e a
morte.
Dele que veio
preparar o caminho, Jesus dirá:
“Quem foste ver no deserto? Um caniço movido
pelo vento… Um homem envolvido em roupa fina?... Entre os nascidos de mulher
até hoje não nasceu alguém como João Batista…” (Mt 11,7-11)
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