O nosso fiel colaborador Ângelo Paganelli relata no texto abaixo como se deu mais um curso do CEBI Pará na cidade de Abaetetuba. Desta vez o encontro teve a presença ilustre de nossa secretária Celina Pereira e parece ter sido muito desafiador. Confira!
Texto e Imagens por Ângelo
Paganelli
O curso parecia se encaminhar para
uma conclusão feliz e serena, dentro da normalidade, com a Celina conduzindo os
trabalhos, analisando e comentando as contribuições dos GTs, quando, quase de
repente e com certo ar de curiosidade inquieta, uma das presentes – pois, a
maioria eram mulheres donas de casa, catequistas e outras dedicadas nas
atividades das pastorais das paróquias - perguntou porque Jesus só escolheu
homens como discípulos e apóstolos e não quebrou de vez, Ele que era o Filho de
Deus, o ‘machismo cultural’ da época, que relegava as mulheres a um papel mais
do que discreto ao seu séquito.
Começou, assim, uma troca e retruca
de perguntas e observações para identificar e comentar o papel das mulheres nos
Evangelhos. A coisa pegou fogo e a ‘mulherada’ passou daquela postura de pacata
‘escuta’ das colocações da assessora a intérpretes curiosas e cheias de
interesse por descobrir a importância da atuação das ‘colegas de gênero’
acompanhando, encontrando ou procurando por Jesus nos caminhos da Palestina.
Daí em diante o curso virou outro...
passou a se caracterizar por uma ansiosa procura das mulheres que estiveram com
Jesus e por uma série de desafiantes comentários sócio-teológicos de presença
‘delas’ na história da salvação:
1. a MATERNIDADE de Maria: destaca a
vontade de Javé de se encarnar e de ser homem de verdade!
2. a iniciativa de MARIA em CANÁ:
mostra a tempestividade desta mulher-mãe diante das necessidades de família e
dos recém casados provocando Jesus a se posicionar e realizar o ‘primeiro’ de
seus sinais messiânicos;
3. a SOGRA curada: exemplo de mulher
sempre disposta a ‘servir’ o pessoal de casa, amigos e vizinhos;
4. a mulher que grita ELOGIOS para a
‘mãe’: Jesus aproveita o recado dela para elogiar a ‘mãe Maria’, a primeira
mulher ‘serva fiel’ da palavra de Javé em situação de escândalo social;
5. a SAMARITANA: estrangeira, pagã e filha de povo ‘impuro’ provoca Jesus a afirmar e reconhecer que Javé não está em Templos feitos de mão humana, mas que tem que ser adorado em ‘espírito e verdade’;
5. a SAMARITANA: estrangeira, pagã e filha de povo ‘impuro’ provoca Jesus a afirmar e reconhecer que Javé não está em Templos feitos de mão humana, mas que tem que ser adorado em ‘espírito e verdade’;
6. a HEMORROÍSSA: exemplo de fé
‘anônima’, de cega e absoluta confiança interior e sem exterioridades;
7. a SÍRIO-FENÍCIA: aparenta ‘um
puxão de orelha’ a Jesus arrancando dele a admiração pela fé dos ‘pagãos’,
afirmando que como os ‘cachorrinhos’ têm direito às migalhas, que caem da mesa
dos filhos do dono de casa, a missão dele também não é restrita aos filhos de
Israel, mas é a salvação universal, para todos;
8. a ‘PROSTITUTA’: vitima do machismo
dos homens, que provoca Jesus a desmascarar as desordens sociais, a exploração
sexual e a discriminação de gênero;
9. a MARIA DE ‘MÁGDALA’ (que não era
prostituta, nem Jesus tinha tirado delas 7 demônios, mas que era uma das mais
fieis ao Mestre em sua caminhada) é a primeira que vê, acredita e sabe da ressurreição;
reconhece o Ressuscitado e assume o papel de ‘anunciá-Lo’ aos Apóstolos e
discípulos, enquanto estes estavam ainda atrancados por medo no cenáculo;
10. as ‘MULHERES’ que O seguiam desde
Galileia: são exemplo de compromisso e fidelidade no ‘seguimento, no serviço
por amor e na coragem destemida de subir até Jerusalém e a cruz!
Após isso, até os homens presentes
ficamos felizes por ter finalizado o 3º Encontro bíblico descobrindo o que,
individualmente, de jeito nenhum, teríamos compreendido e convencido que “onde
dois ou três estão reunidos (em comunidade) no meu nome”, Ele estará aí com a
força do seu Espírito para fortalecer a caminhada, iluminar os passos e
anunciar a todos que Deus é Pai e que nos ama imensamente.
Obrigado, Mulheres de ontem e de
hoje, de Galileia, de Abaeté e do Pará!
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