CEBI - PA
As mulheres são a base emocional que ampara o mundo, como tal, carecemos estar de posse de toda a sua energia, capacidade criadora e coragem. E nesta cultura patriarcal, o feminino floresce tomando os espaços devidos. Porém, muitas vezes ainda com base na Bíblia algumas mulheres continuam perdidas da sua natureza e da sua essência.
A leitura da Bíblia na Ótica da Mulher torna-se assim uma valiosa oportunidade para o lançar de novas sementes neste solo superabundante que se tornou ser mulher, com tantas tomadas de consciência, com tantas vidas em ciclos de redenção – multiocupações, multiaptidões, multiconquistas.
Uma
das melhores coisas em estar vivo é que sempre queremos mudar algo, seja em
nosso processo de autodescoberta, seja na vida material, seja nas situações
mais inusitadas ou comuns. Envolvemo-nos com paixão no que acreditamos ser
benéfico e extraordinário. Esta foi a energia empregada na Leitura da Bíblia na
ótica da Mulher em Belém do Pará. Há aproximadamente dezesseis anos pessoas de
vários círculos se reúnem para revisar trechos dos evangelhos, cochichar sobre
as temáticas e apontar episódios bíblicos protagonizados por mulheres.
Para
garantir que todas as pessoas pudessem ter aproveitamento legítimo do conteúdo,
o encontro foi dividido em quatro etapas. Em Tudo é o Olhar as
pessoas conjeturaram sobre as diversas formas de olhar para uma situação.
Identificaram em passagens dos Evangelhos mulheres que surpreenderam Jesus.
Após, caminharam ao som de uma música, dançaram, declamaram poesia e
abraçaram-se afetuosas.
Em O
olhar que supera a biblista Tea Frigério fez emergir a situação da
mulher no contexto da culpa e da manipulação da lei em Lc 7,36-50 e João
8,1-11. Como os humanos são sobreviventes de verdadeiras ‘catástrofes’ nos
assuntos do coração, sempre acarretam algumas culpas. Para assegurar não sentir
de novo a mesma dor, os participantes do curso escreveram suas culpas em papeis
que foram incinerados.
Confirmar
é resignificar! Esta afirmação deu início ao terceiro momento O Olhar
que confirma onde foram
aprofundadas as seguintes passagens: Lucas 10, 38-42, João 11,1-27, João 12,1-8.
O
objetivo deste momento foi assinalar a ressignificação de cada mulher e
alcançar a ressignificação de Jesus. Moral da história: As mulheres se
libertaram do que Jesus se libertou.
Somos
cocriadores da realidade e escolhemos em que mundo queremos viver. Podemos
escolher ver brotos, sementes e sinais de mudança em todos os cantos. Podemos
esperar sempre pelo melhor. A conscientização, a informação e a abertura de
pensamento libertam. Já aconteceu com as mulheres, com os proletariados, com os
negros, com os países mais pobres.
O
Olhar que faz renascer faz
emergir uma nova versão dos velhos fatos. No quarto momento reconstruiu-se a
história de Maria de Magdala retirando os sinônimos que a desvirtuaram,
infamaram e invalidaram. Revelou-se a Maria de Magdala que soube se relacionar
com Jesus de maneira íntima, que partilhou com ele aspirações e utopias,
puderam-se apreciar as qualidades que a tornaram apostola.
O
novo olhar sobre o testemunho de Maria de Magdala se entrelaçou com o
testemunho de outras mulheres que hoje protagonizam os resignificados através
das Leituras feitas no CEBI. Estamos nos descobrindo como seres fortes,
criativas(os) e capazes de mudanças através de pequenos encontros e grandes aprendizados.
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