segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Jesus e as mulheres ou as mulheres e Jesus?

CEBI - PA

As mulheres são a base emocional que ampara o mundo, como tal, carecemos estar de posse de toda a sua energia, capacidade criadora e coragem. E nesta cultura patriarcal, o feminino floresce tomando os espaços devidos. Porém, muitas vezes ainda com base na Bíblia algumas mulheres continuam perdidas da sua natureza e da sua essência.
A leitura da Bíblia na Ótica da Mulher torna-se assim uma valiosa oportunidade para o lançar de novas sementes neste solo superabundante que se tornou ser mulher, com tantas tomadas de consciência, com tantas vidas em ciclos de redenção – multiocupações, multiaptidões, multiconquistas.



Uma das melhores coisas em estar vivo é que sempre queremos mudar algo, seja em nosso processo de autodescoberta, seja na vida material, seja nas situações mais inusitadas ou comuns. Envolvemo-nos com paixão no que acreditamos ser benéfico e extraordinário. Esta foi a energia empregada na Leitura da Bíblia na ótica da Mulher em Belém do Pará. Há aproximadamente dezesseis anos pessoas de vários círculos se reúnem para revisar trechos dos evangelhos, cochichar sobre as temáticas e apontar episódios bíblicos protagonizados por mulheres.
Para garantir que todas as pessoas pudessem ter aproveitamento legítimo do conteúdo, o encontro foi dividido em quatro etapas. Em Tudo é o Olhar as pessoas conjeturaram sobre as diversas formas de olhar para uma situação. Identificaram em passagens dos Evangelhos mulheres que surpreenderam Jesus. Após, caminharam ao som de uma música, dançaram, declamaram poesia e abraçaram-se afetuosas.
Em O olhar que supera a biblista Tea Frigério fez emergir a situação da mulher no contexto da culpa e da manipulação da lei em Lc 7,36-50 e João 8,1-11. Como os humanos são sobreviventes de verdadeiras ‘catástrofes’ nos assuntos do coração, sempre acarretam algumas culpas. Para assegurar não sentir de novo a mesma dor, os participantes do curso escreveram suas culpas em papeis que foram incinerados.  
Confirmar é resignificar! Esta afirmação deu início ao terceiro momento O Olhar que confirma onde foram aprofundadas as seguintes passagens: Lucas 10, 38-42, João 11,1-27, João 12,1-8.
O objetivo deste momento foi assinalar a ressignificação de cada mulher e alcançar a ressignificação de Jesus. Moral da história: As mulheres se libertaram do que Jesus se libertou.
Somos cocriadores da realidade e escolhemos em que mundo queremos viver. Podemos escolher ver brotos, sementes e sinais de mudança em todos os cantos. Podemos esperar sempre pelo melhor. A conscientização, a informação e a abertura de pensamento libertam. Já aconteceu com as mulheres, com os proletariados, com os negros, com os países mais pobres.
O Olhar que faz renascer faz emergir uma nova versão dos velhos fatos. No quarto momento reconstruiu-se a história de Maria de Magdala retirando os sinônimos que a desvirtuaram, infamaram e invalidaram. Revelou-se a Maria de Magdala que soube se relacionar com Jesus de maneira íntima, que partilhou com ele aspirações e utopias, puderam-se apreciar as qualidades que a tornaram apostola.
O novo olhar sobre o testemunho de Maria de Magdala se entrelaçou com o testemunho de outras mulheres que hoje protagonizam os resignificados através das Leituras feitas no CEBI. Estamos nos descobrindo como seres fortes, criativas(os) e capazes de mudanças através de pequenos encontros e grandes aprendizados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário