sexta-feira, 23 de agosto de 2013

PROFETAS: Ontem e Hoje

Por Ângelo Paganelli


Nem sei se foi por disponibilidade ou por empolgação que outro dia aceitei o convite repentino de Maria José (responsável do Grupo bíblico, integrado por adultos das paróquias de Conceição, São João e Divino) para ministrar o encontro bíblico sobre os ‘PROFETAS’.
Entendi que seria para o dia 20 de setembro: teria, assim, bastante tempo para me preparar, pois, as coisas de Deus e da ‘Bíblia’ a gente tem que preparar direitinho. Mas, o dia depois, soube que era para já, para o dia 20 de agosto. Não deu outra, tive que fazer uma virada de manhã, tarde e noite para planejar a minha apresentação.


Depois de dedicada e cuidadosa pesquisa (como diria Lc 1,3) sobre os Profetas bíblicos, aproveitando minha preparação remota, reservei um tempinho também para a questão didático-pedagógica da exposição, sem perder de vista a contextualização sócio-política e a identificação cultural, comunitária e litúrgica dos meus destinatários. Arrumei o meu ‘plano de aula’, pensando iniciar com um canto/oração seguido pela tabela da ‘Linha do Tempo’, pois os iniciantes sempre precisam de ajuda visualizada para se contextualizar. Preparei também dez slides em arquivo PowerPoint para o Datashow - o facilitador popular não pode desprezar a tecnologia da comunicação visual - projetando os pontos essenciais da exposição.
Preparei uma inicial definição da palavra ‘profeta’, em termos etimológicos e bíblicos, e umas pinceladas sobre o ‘chamado’ e o papel de Abraão e Moisés na história da salvação, para interligar minimamente a caminhada ‘cronológica’. Por fim, destaquei ELIAS: o ‘defensor’ de Javé (o ‘deus’ ciumento e exclusivo, que mandou degolar os 950 profetas de Baal, convocados pela rainha Jezabel) e dos pobres (com sua presença e ação providente na casa da viúva e com a denúncia contra o abuso de poder do rei Acab, que se apossara da vinha do Nabot). Por fim, focalizei a ação de cinco Profetas ‘escritores’ (AMOS, OSEIAS, ISAÍAS, MIQUEIAS, SOFONIAS e JEREMIAS) utilizando o esquema do 3º Encontro dos subsídios da irmã Tea, que destaca: Situação – Causas – Saída – Esperança.
Não deu para fazer tudo, pois, duas horas de estudo é pouca coisa para tanto assunto, mas... fiquei com a impressão que o pessoal gostou e entendeu o papel do profeta, que não é de prever o futuro, como está na cabeça de muita gente na atualidade, mas de reivindicar a fidelidade ao Projeto de Deus e afirmar seu propósito de amor envolvente e envolvido com o ‘seu’ Povo.

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Ângelo PaganelliTeólogo, Historiador, Cientista Social e Professor. Assessor do CEBI em Abaetetuba – Pará.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Programa Janela Aberta fala sobre o CEBI

O programa que foi ao ar pela TV Nazaré no último dia 19 de agosto fez abordagens a respeito da leitura da Bíblia, como deve ser feita, as formas de interpretação e aplicação no cotidiano, a importância das escrituras e o trabalho do CEBI de modo geral.
Entrevistadas: Zolema Furtado¹ e Dilma Leão², assessoras do CEBI no Pará.




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¹Assistente Social, trabalha na CNBB e faz parte da coordenação do CEBI-Pará.
²Pós graduanda em Leitura Popular da Bíblia - DABAR pela EST de São Leopoldo RS e Doutoranda em Ciências Políticas pela Universidade de Lisboa.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Jesus e as mulheres ou as mulheres e Jesus?

CEBI - PA

As mulheres são a base emocional que ampara o mundo, como tal, carecemos estar de posse de toda a sua energia, capacidade criadora e coragem. E nesta cultura patriarcal, o feminino floresce tomando os espaços devidos. Porém, muitas vezes ainda com base na Bíblia algumas mulheres continuam perdidas da sua natureza e da sua essência.
A leitura da Bíblia na Ótica da Mulher torna-se assim uma valiosa oportunidade para o lançar de novas sementes neste solo superabundante que se tornou ser mulher, com tantas tomadas de consciência, com tantas vidas em ciclos de redenção – multiocupações, multiaptidões, multiconquistas.



Uma das melhores coisas em estar vivo é que sempre queremos mudar algo, seja em nosso processo de autodescoberta, seja na vida material, seja nas situações mais inusitadas ou comuns. Envolvemo-nos com paixão no que acreditamos ser benéfico e extraordinário. Esta foi a energia empregada na Leitura da Bíblia na ótica da Mulher em Belém do Pará. Há aproximadamente dezesseis anos pessoas de vários círculos se reúnem para revisar trechos dos evangelhos, cochichar sobre as temáticas e apontar episódios bíblicos protagonizados por mulheres.
Para garantir que todas as pessoas pudessem ter aproveitamento legítimo do conteúdo, o encontro foi dividido em quatro etapas. Em Tudo é o Olhar as pessoas conjeturaram sobre as diversas formas de olhar para uma situação. Identificaram em passagens dos Evangelhos mulheres que surpreenderam Jesus. Após, caminharam ao som de uma música, dançaram, declamaram poesia e abraçaram-se afetuosas.
Em O olhar que supera a biblista Tea Frigério fez emergir a situação da mulher no contexto da culpa e da manipulação da lei em Lc 7,36-50 e João 8,1-11. Como os humanos são sobreviventes de verdadeiras ‘catástrofes’ nos assuntos do coração, sempre acarretam algumas culpas. Para assegurar não sentir de novo a mesma dor, os participantes do curso escreveram suas culpas em papeis que foram incinerados.  
Confirmar é resignificar! Esta afirmação deu início ao terceiro momento O Olhar que confirma onde foram aprofundadas as seguintes passagens: Lucas 10, 38-42, João 11,1-27, João 12,1-8.
O objetivo deste momento foi assinalar a ressignificação de cada mulher e alcançar a ressignificação de Jesus. Moral da história: As mulheres se libertaram do que Jesus se libertou.
Somos cocriadores da realidade e escolhemos em que mundo queremos viver. Podemos escolher ver brotos, sementes e sinais de mudança em todos os cantos. Podemos esperar sempre pelo melhor. A conscientização, a informação e a abertura de pensamento libertam. Já aconteceu com as mulheres, com os proletariados, com os negros, com os países mais pobres.
O Olhar que faz renascer faz emergir uma nova versão dos velhos fatos. No quarto momento reconstruiu-se a história de Maria de Magdala retirando os sinônimos que a desvirtuaram, infamaram e invalidaram. Revelou-se a Maria de Magdala que soube se relacionar com Jesus de maneira íntima, que partilhou com ele aspirações e utopias, puderam-se apreciar as qualidades que a tornaram apostola.
O novo olhar sobre o testemunho de Maria de Magdala se entrelaçou com o testemunho de outras mulheres que hoje protagonizam os resignificados através das Leituras feitas no CEBI. Estamos nos descobrindo como seres fortes, criativas(os) e capazes de mudanças através de pequenos encontros e grandes aprendizados.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Olhar que supera

CEBI - PA

O grupo de mulheres da Casa Trapiche se reuniu para refletir o tema “O olhar que supera”, o encontro deu destaque a superação da culpa a partir da leitura do texto bíblico de Lucas 13, 10-17. O texto aponta a passagem em que Jesus cura uma mulher encurvada. Vamos metaforizar o termo “encurvada” para recordar que no tempo de Jesus a mulher carregava o peso do sistema patriarcal no qual saia da manipulação do pai indo direto para a do marido e filhos. A mulher encurvada tinha a visão do chão, da ralé, da escória, sentia sob o seu corpo o peso da opressão, da discriminação, do desrespeito, era alvo do patriarcalismo que hoje - cada vez menos - vê a mulher com inferioridade.


Jesus liberta aquela mulher não do demônio, mas dos seus dezoito anos de sofrimento. A leitura nos convoca a trazer a reflexão para os dias atuais.
Dezoito anos curvados significa um período da vida em que se vive de acordo com as crenças de fora, com o que a realidade em volta sugere, em conformidade com o sistema, com a sociedade, com as imposições, enxergando sem olhar, incapaz de interpretar a própria luz, distanciada da fonte que chamamos Deus. É um tempo em que se passa inteiramente ligada ao ego, aos sentimentos criados no mundo que nos submete às suas doenças, o medo, o ódio, a tristeza, a depressão. Dezoito anos encurvada é um tempo infeliz, doentio, improdutivo, sem liberdade para caminhar levemente, um tempo em que se olha para baixo, para a dor, para a morte, para a incapacidade de acolher com verdade o punhado de luz que Jesus veio nos conceder. Ele nos concede um punhado de luz que é feito semente que deve ser semeada por cada um e cada uma. Jesus nos inicia no caminho da cura nos trazendo para uma nova consciência, nos libertando da dor. Somos nós quem devemos manter e nutrir esse estado saudável, pleno e iluminado.
A mulher desperta está erguida, ela pode olhar para cima e ao redor de si, está alinhada com todas as individualizações (seres vivos), é consciente de seus obstáculos e não teme a vida, ela simplesmente passa pelas situações e sente-se em paz consigo mesma pois, aprendeu a lidar com a verdade. A mulher erguida está em constante estado evolutivo da maneira como Jesus a inspira. Ela está adormecida ou em estado de redenção em nós.

sábado, 10 de agosto de 2013

CEBI-PA: Esperar, resistir, cantar - iluminar nossa realidade com a luz da Palavra de Deus



Durante o Curso para Assessores Bíblicos realizado pelo CEBI - Pará (Junho de 2013), Carlos Mesters falou sobre a ideia ‘falsa' de Deus no Antigo Testamento apontando as marcas de desânimo de um povo que viveu no cativeiro e suas superações. As reflexões foram feitas sobre a ótica da atualidade.
Segundo Mesters, as dificuldades da caminhada das CEB's e da vida social nos fazem experimentar situações de desânimo e tristeza em nossas lidas cotidianas, na vida em comunidade e no mundo em geral. É preciso voltar, reler, refletir, repensar e abordar as origens.
Entre os temas trabalhados no encontro estavam: "A nova leitura da natureza", "A redescoberta do Amor Eterno", a "Nova imagem de Deus", "O processo de reler e repensar todas as coisas", "Os dois decálogos: da Aliança e da Criação".
Referindo-se aos dez pontos do processo de ‘inovação' do rosto de Deus, Carlos Mesters mencionou que é preciso aceitar o ‘novo' que ajuda a ‘abrir os olhos' e deixar ‘esquentar o coração'. Enfrentar a noite de ‘viagem de volta' para Jerusalém: cansativa, mas gostosa'. Se unir à ‘comunidade' reunida. Pegar coragem para continuar com a força do ‘Espírito'. Ainda de acordo com ele, os apóstolos rezavam e aplicavam estas rezas diretamente à sua realidade, nós também devemos atualizar os salmos para enfrentar o sistema que nos oprime. A natureza, a vida, o mundo, os fatos da vida e cada ser humano é uma ‘palavra' viva de Deus. A Bíblia não foi escrita para substituir a ‘criação', mas para ajudar a abrir os olhos, para que as pessoas possam entender o ‘Plano' de Deus na criação.
Os conhecimentos de Carlos Mesters vieram iluminar ainda mais as ideias dos assessores do Pará e os ajudaram a continuar acreditando ‘que um menino vencerá o gigante Golias, que a mulher em dores de parto será mais forte que o dragão e que os dois centavos da viúva continuam valendo mais que os milhões dos ricos'.
O Encontro contou com membros das Igrejas Metodista, Luterana e Católica, além dos irmãos e irmãs do CEBI-MA. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Boas Vindas!

Queridas amigas
Queridos amigos

A Fé na Palavra nos abre para a História.
A Fé na Palavra nos inquieta frente aos acontecimentos que assolam o nosso hoje.
A Fé na Palavra nos convida a resistir superando a indiferença acreditando no novo.
A Fé na Palavra nos compromete a caminhar com o desejo de mudança.
A Fé na Palavra nos pede de unir as forças para vencer os desafios.
A Fé na Palavra nos convoca como discípulas e discípulos de Jesus.
A Fé na Palavra nos confirma a apostar na presença do Reino no meio de nós.



Este blog é um espaço de acolhida e compartilhamento de conhecimentos próprios do Centro de Estudos Bíblicos. Aqui vocês poderão se inteirar da programação do CEBI Pará, bem como encontrar artigos, notícias, endereços e informações gerais.
Esta ciranda é todos e todas nós!
Bem vindos! Bem vindas!